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                                       OSSOS DO HOSPÍCIO ...


Me atire pedras ...Ou elas me destroem ou com elas construo o meu pequeno castelo entre as nuvens. Só não me venha com meias verdades históricas de aço inox e Português das estrelas I love piadas de portugueiz doido I hate vírgulas frutas do conde para vocês e bananas nanicas para mim? Cruspt! Naum credo! Isso não basta pimpete anestera na sua crima que soy Sua Majestade o homem moderno de lata na Lua fica passando de um lado ao outro como uma ameba gigante em frente à minha porta estilhaçada segurando na mão uma seringa de injeção, preparando o êmbolo.

Percebo que, às vezes, ele também baba um pouco, e parece ansioso. Olha, a todo instante, para o relógio em seu pulso esquerdo. Talvez sentindo-se importante, ao passar diante do espelho quebrado, existente no interior da  sala em que me encontro, e ver ali sua imagem refletida em centenas de caquinhos, como num caleidoscópio colorido em um universo paralelo.

Preciso deletar seu negro poder. Tranco rapidamente as gavetas com as chaves tortas e desligo o rádio de ondas curtas em cima do armário de aço. Sinto-me agora melhor que na noite anterior. Ele volta. Traz agora nas mãos um bilhete da mega-sena, para o qual olha com os dois olhos, prendendo a respiração, fazendo uma rápida parada em frente à porta, olhando novamente para o fundo da sala, farejando minha presença. 

18H55. Ainda permaneço invisível, atrás da escrivaninha, arrumando processos sobre sua mesa. Mexo como um  rato em suas canetas Parker e furto alguns de seus adesivos coloridos da Seicho-no-Ie. Arrumo seus livros, seus códigos secretos, posicionando-os à esquerda, ao lado de um volume de cor azul-marinho e capa dura intitulado "A Grande Ordem das Coisas".

18h58 Os funcionários da direita já estão apagando as luzes, ligando câmeras e outros dispositivos de espionagem e segurança.  Ouço passos e  risadas neuróticas, em meio a comentários sarcásticos provenientes do fundo do corredor, fundindo-se ao barulho do elevador que, lentamente, balançando no ar como um vagão, aproxima-se do 6º andar. Alguém tosse por duas vezes,  gemendo em seguida como um bezerrinho moribundo... 

Se tiver tempo, e ainda estiver vivo, na próxima semana continuarei a desenvolver e corrigir esse baby-texto, dando-lhe colheradas de Biotônico Fontoura na cabeça, embalando-o nos braços como se fosse O Filhote Virgem de um pequeno demônio amordaçado...

De volta ao Pequeno Templo Kitsch...

Fá fé fi fó fuu! Sinto cheiro de sacanagem.

Lamento profundamente que desejes desesperadamente assemelhar-se a mim. Aproximar-se (não sei com qual intenção). E por isso falas o tempo todo sobre coisas que, é claro, sabe que me interessam (a mim, não a ti). 

Mas infelizmente, para o seu azar, a natureza me criou assim, como um rato, ou um Hannibal do bem.

É como se eu pudesse sentir o odor do seu caráter no ar. Quando então, me retraio e me afasto rindo a valer por dentro. Podes crê. (ha ha ha...)